ESTRELAAAAAAAAAA

Sunday, June 10, 2007

homem do adeus

>É ele o homem que noite após noite acena aos carros que passam na
> >Avenida Fontes Pereira de Melo, em Lisboa. É por ele que tocam as
> >buzinas, que se atiram beijos e sorrisos, que se gritam «boas noites!» e

> >«adeus!», numa «onda de comunicação» que já dura há três anos e que nem
> >sequer ele sabe explicar muito bem como começou. Numa cidade de
> >estranhos em mundos fechados, este é o seu «milagre». E é também o seu
> >remédio.
> >Há quem lhe chame o «senhor do adeus». Mas «senhor» é coisa que detesta
> >que lhe chamem.
> >Aos 72 anos, João Paulo Serra tem a inocência de uma criança, o espírito

> >de um jovem, mas o olhar nostálgico de um ancião que sente «ter
> >aprendido com a vida tarde de mais». A sua roupa clássica e a ondulação
> >do cabelo grisalho disfarçada com gel, dão-lhe um ar meio aristocrático,

> >que já faz parte da paisagem do Saldanha. Todos o conhecem e quem
> >trabalha nas redondezas sabe o seu percurso de cor. «Chega por volta das

> >onze, meia-noite... Começa pela zona do Monumental, vai descendo a rua
> >até ao Marquês e depois sobe, parando sempre em pontos estratégicos.
> >Nunca falha.»
> >Arménio é chefe de mesa na marisqueira Maracanã e já lhe serviu alguns
> >jantares. «É muito simpático. Quando passa aqui, acenamos-lhe pela
> >janela. Só não sei: por que é que faz isto?»
> >João começa por dizer que não sabe bem, mas, a pouco e pouco,
> >interrompendo sempre para acenar, vai desvendando o mistério. Tudo
> >começou há três anos e meio, depois da morte da mãe, com quem vivia.
> >Precisava de se distrair, incomodava-o a ideia de estar sozinho em casa.

> >Um dia, aconteceu. Já reparara que as pessoas o cumprimentavam sem
> >razão, nos centros comerciais e, sem saber como nem porquê, surgiu o
> >primeiro aceno na estrada.
> >Depois veio outro e outro, e o acaso virou fenómeno. «No início era só
> >rapaziada nova, mas depois contagiei todo o tipo de gente», explica sem
> >esconder um certo orgulho. Graças ao seu «milagre», já deu entrevistas
> >para a televisão e para os jornais, apareceu em dois filmes e até num
> >teledisco.
> >«Sempre quis ser actor, mas nunca me deixaram...». Ou nunca teve coragem

> >de tentar.
> >Algumas dezenas de acenos mais tarde, já não é um João risonho e
> >despreocupado, «com imensos amigos» com quem vai «ao teatro e ao
> >cinema», que fala por detrás dos óculos de massa negra. Nos olhos
> >cinzentos, estão duas lágrimas contidas. Pelo passado, pelo presente e
> >por um futuro que não chega. Com um raciocínio de fazer inveja aos mais
> >novos, o louco, o excêntrico, transforma-se lentamente num avô contador
> >de histórias, que lê Agatha Christie para combater o medo ao andar de
> >avião, que não tem telemóvel porque detesta máquinas e que não vê
> >televisão.
> >
> >João nasceu no seio de uma família muito rica. Até aos dez anos, viveu
> >num enorme palacete da Tomás Ribeiro, cobiçado mesmo pelo próprio
> >Gulbenkian.
> >«Que saudades tenho desse tempo... A casa estava sempre cheia de família

> >e amigos...». Mimado desde bebé, fez a instrução primária toda em casa,
> >com um professor particular, pois no primeiro dia de aulas no Colégio
> >Parisiense chorou tanto, que os pais não tiveram coragem de o mandar de
> >volta. «Fui criado numa redoma de vidro», confessa, explicando:
> >«Naquela época era tudo muito diferente, havia muitos tabus.»
> >Depois do divórcio dos seus progenitores, quando tinha 13 anos, João foi

> >morar para o Restelo com o pai. Por ele, inscreveu-se em Direito, mas
> >depressa desistiu, «era muito chato». Depois de uma igualmente curta
> >passagem pelo curso de Histórico-Filosóficas, o pai, «que não sabia o
> >que fazer» com ele, mandou-o para Londres, com o irmão. «Foram três anos

> >fantásticos. Tinha um grupo de amigos fabuloso, com quem viajei imenso.
> >Teria lá ficado, se não fosse tão agarrado à família...»
> >Sem quase pôr os pés nas aulas, regressou a Portugal e, depois da morte
> >do pai, pouco tempo depois, foi morar com a mãe, de quem não se separou
> >até ao último dia da sua vida. «Viajámos muito os dois. Todos os anos
> >íamos a Paris e Madrid.Conheço a Europa inteira, excepto a Grécia...»
> >E o olhar perde-se num momento só dele, como se pensasse alto. Quando a
> >mãe morreu, «ficou desasado».
> >E talvez por isso esteja todas as noites a «comunicar».
> >Admite que o que faz «não é muito normal», mas não passa sem isso. É o
> >remédio que
> > lhe permite disfarçar a solidão que o consome e o faz olhar para o
> >passado com arrependimento, por não ter ousado viver a sua vida em vez
> >da dos outros.
> >«Às vezes penso que foi tudo inútil...» No baú dos sonhos perdidos, jaz
> >o curso que não tirou, o trabalho que nunca fez, os filhos que não teve
> >e, pior, o grande amor que nunca conheceu. «Sinto-me só.
> >Incompleto.
> >Como se algo estivesse a falhar.»
> >E assim lacrimeja quando vê um casal idoso de mãos dadas, ou quando dois

> >rapazes, que diz «reconhecer do subconsciente», param o jipe para tirar
> >uma fotografia com ele. «Encontramo-nos no céu», repete, aludindo ao que

> >um diplomata ucraniano lhe disse uma vez.
> >O homem do lixo atira-lhe o derradeiro aceno da noite.

Tuesday, January 16, 2007

Estrela

Novo ano, vida nova.
Novo ano, nova agencia...
Agora estou na Star do Colombo aquela bonita ao pe da worten, a outra é rellez.
Tenho pessoas ao lado :D para me ajudarem e para falar quando se não tem nada pa fazer,

I´m a Star Boy, ou como alguem me chama Star Kid

O meu Carro preferido como é obvio carro estrela :D
Musica preferida Starlight
Localidade preferida Serra da Estrela
Clube preferido Estrela da Amadora
Comida preferida Queijinho da Serra da Estrela

por ai fora